“Seleção Nacional Campeonato da Europa de Pista dia
3”
Iúri Leitão fecha prova de scratch alucinante em sexto
lugar

Por:
Ana Nunes
O
corredor português terminou a prova de scratch do
Campeonato da Europa de Pista, em Grenchen, na Suíça, no
sexto lugar após ter estado na luta pela vitória. Em
pista no dia estiveram ainda Maria Martins, nona
classificada no omnium, e Rodrigo Caixas, 15.º na
perseguição individual.
Iúri Leitão partiu para a corrida de scratch como um dos
alvos a abater, visto que era o campeão europeu em
título nesta mesma disciplina. O atleta luso esteve em
destaque logo na primeira volta, altura em que lançou o
seu primeiro ataque, apanhando todos de surpresa. Esta
iniciativa não tardou a ser anulada, mas a velocidade
que Iúri Leitão impôs durante essa tentativa de fuga
levou a que o pelotão se desmembrasse por completo.
Após as primeiras dez voltas de prova foi altura de
surgir um novo ataque, desta vez por parte de Jack
Murphy. O irlandês arrancou a todo o gás e rapidamente
se aproximou da parte de trás do pelotão. No entanto, o
grupo principal aumentou o ritmo e começou a estirar,
dificultando a tarefa de Murphy, que acabaria por ser
alcançado.
As movimentações sucederam-se durante toda a prova, com
Iúri Leitão a conseguir manter-se sempre em zona segura,
integrando um pequeno grupo que tentou isolar-se na
frente da corrida. A ausência de entendimento acabaria
por anular a iniciativa. Entretanto, tentou sair o
dinamarquês, Carl-Frederik Bevort que teve também
resposta pronta do grupo onde seguia o corredor de Viana
do Castelo.
O espetáculo de Iúri Leitão ainda estava longe de
terminar, e a 14 voltas do final, lançou um novo ataque.
Seguiu consigo o britânico, Oliver Wood, mas uma vez
mais o grupo principal estava atento e não permitiu que
ganhassem vantagem.
Nesta altura, a prova estava cada vez mais eletrizante,
com um grupo de apenas nove corredores a sobreviver às
mudanças de ritmo que se iam sucedendo. Iúri Leitão foi
um dos que conseguiu aguentar e a seis voltas do final
colocou as fichas todas na mesa e lançou o derradeiro
ataque. O austríaco, Tim Wafler, foi o único a conseguir
responder ao português no imediato, mas o grupo de trás,
liderado pelo francês, Donavan Grondin aproximava-se a
alta velocidade. Tudo se decidiu já na última volta,
altura em que o grupo passaria pelo corredor português,
que já não teve forças para responder após todo o
esforço despendido nas últimas voltas. O português
terminou assim no sexto lugar, com Oliver Wood a
conquistar o título europeu de scratch.
Maria Martins disputou a prova de omnium, iniciando o
concurso de forma bastante positiva, com um quinto lugar
no scratch. Seguiu-se a corrida tempo, onde acabou por
não conseguir somar pontos, terminando na 11.ª posição.
Assim, acabou por descer à oitava posição da geral.
A corredora portuguesa entrou bem na corrida de
eliminação, procurando colocar-se entre as primeiras do
grupo, evitando assim uma eliminação precoce. No
entanto, sensivelmente a meio da prova, viu-se numa
posição mais complicada na parte de trás do pelotão,
acabando por ficar fechada e ser eliminada. Ainda assim,
conseguiu terminar a terceira prova do concurso de
omnium na nona posição, mantendo assim o oitavo lugar na
geral à entrada para a última prova.
A corrida por pontos começou bem para Maria Martins, que
pontuou logo no primeiro sprint. Ao longo da prova
procurou sempre estar bem colocada e atenta a quaisquer
movimentações que a pudessem prejudicar, mantendo-se
também ativa em busca de somar mais pontos. Essa tarefa
foi bastante dificultada pelas suas adversárias, que
conseguiram anular todas as tentativas de ganhar
vantagem por parte de Maria Martins.
Nas voltas que antecederam o último sprint pontuável, a
portuguesa tentou sair novamente em busca de pontos que
lhe garantissem o oitavo lugar. No entanto, uma vez
mais, surgiu resposta pronta, desta vez por parte de
Anita Stenberg (Noruega), que disputava consigo o oitavo
lugar. Assim, Maria Martins encerraria o concurso de
omnium na nona posição, com um total de 78 pontos. A
vencedora foi a britânica, Katie Archibald, com 155
pontos, que esteve imbatível ao longo de toda a prova.
Rodrigo Caixas regressou à pista do Tissot Velodrome
para participar na prova de perseguição individual,
tendo como principal objetivo bater o seu recorde
pessoal nesta disciplina. O tempo a bater era 4”19’231 e
o corredor português conseguiu superar o desafio de
forma categórica. A marca estabelecida foi de 4”16’823,
o que significa que Rodrigo Caixas foi quase dois
segundos e meio mais rápido do que o seu anterior
recorde pessoal. A prova de perseguição individual
acabaria por ser ganha pelo italiano, Jonathan Milan.
O selecionador nacional, Gabriel Mendes, fez um balanço
geral sobre este que foi o terceiro dia de competição no
Campeonato da Europa de Pista.
“O Rodrigo esteve bastante bem, conseguiu melhorar a
sua marca pessoal e deu um salto enorme a nível de
performance. O Iúri fez uma corrida espetacular, na qual
mostrou toda a sua qualidade. Tivemos uma abordagem
diferente do habitual e estou muito orgulhoso da prova
que ele fez. Lutou até ao final e deu tudo para
conseguir a vitória. A Maria fez um concurso de omnium
de qualidade e bastante regular. Entrou muito bem na
prova de scratch, mas a corrida tempo não correu tão
bem. Na eliminação esteve bem, sendo que podíamos ter
terminado um pouco mais à frente. Na prova final
tentámos defender ao máximo a posição que tínhamos e
conseguimos terminar entre as 10 primeiras. O nosso
objetivo era não comprometer a qualificação olímpica e
conseguimos alcançar esse objetivo. Agora é continuar a
trabalhar”, explicou o selecionador
nacional de pista.
Fonte: Federação Portuguesa Ciclismo |